Canções de amor

Sabes canções de amor? Aquelas que tocam suavemente na penugem que envolve a pele das tuas orelhas e acariciam levemente a tua vibração imediatamente? Aquelas que se infiltram na tua carne, nos teus ossos, no teu respirar e te deixam a sensação de que foste amado de forma perfeita pelo menos uma vez na vida.

Conheces músicas de amor assim?

Será que existe aquele peito sereno que colhe as pautas das minhas lágrimas já choradas, que escreve histórias nas marcas da minha cara, com o tom da cura deliberada.
Peitos que não são colos nem abraços, mas mundos e dimensões inteiras e existência infinita a girar no pulsar de um coração que abrange um presente que só vibra sem razão e por todas as razões divinas possíveis.

Sabes? Canções de amor que devaneiam os porquês e os senãos, e movem montanhas portuguesas até ao Japão. Daquelas canções que celebram poemas pelos correios que entregam o amor em missão sem saberem… Sem saberem criam canções, que surgem das inspirações de amores que se escrevem.

Amores que se escrevem, que se cantam, que se sentem que encontram o ritmo e num matrimónio celebrado com algo que vem além do ADN que herdaram se mantêm numa canção eterna que foram descobrindo enquanto entorpedeciam os amigos com as suas fantasias  românticamente impossíveis.


Conheces canceoneiros? Poetas que cantam o amor pelo simples facto de amarem e não poderem sequer sentir o cheiro a amora do sabão com que a amada lava as suas ternurentas e belas mãos. Não têm outro senão se não procurar por entre as brisas o aroma dos versos do amor que só vibra dentro de si, porque o pai não deixa, porque a casta não faz justiça, porque ela pretensia.


Sabes? Esses que choram nas esquinas com as guitarras quase partidas e que ainda assim elevam os sons do mundo com a saudade que provêm do amor sem posse… do viver por amor sem o viver.

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